“Meu corpo não me pertence”: Associações de mulheres e activismo para a saúde em contextos rurais no Sul de Moçambique

A maior parte da população em Moçambique vive no meio rural, num contexto caracterizado pela iliteracia, juntamente com o limitado acesso ao capital, aos recursos produtivos, ao conhecimento, à informação e tecnologia. Embora existam discursos no sentido de igualidade de género, através da participação da mulher em campanhas de alfabetização e na luta pelo acesso ao trabalho e por uma maior igualdade nos salários auferidos, a mulher continua impossibilitada de reivindicar os seus direitos. A relação existente entre homens e mulheres é marcada por assimetrias de poder, justificada por aspectos culturais decisão ou por situações de dependência económica, e as segundas submetem-se à ordem patriarcal. Por serem comparativamente menos escolarizadas, ou por não possuírem poder económico, as mulheres encontram-se numa situação de dependência em relação ao homem, incapazes de desenvolver as suas actividades ou de se assumirem como independentes no processo de tomada de decisão. Com base em estudos realizados sobre a participação da mulher na esfera doméstica, na província de Gaza foi possível identificar o papel activo de uma organização de mulheres viúvas e o seu contributo no combate às práticas tradicionais de purificação sexual da viúva que ajudavam na propagação do HIV/SIDA. Os resultados demonstram que algumas mulheres aumentaram o seu conhecimento sobre novas técnicas de purificação através do uso de raízes o que contribuiu de forma significativa para a redução da propagação da doença, bem como garantiu que as mulheres viúvas tivessem acesso a terra, mercado e rendimento. A maior parte da população em Moçambique vive no meio rural, num contexto caracterizado pela iliteracia, juntamente com o limitado acesso ao capital, aos recursos produtivos, ao conhecimento, à informação e tecnologia. Embora existam discursos no sentido de igualidade de género, através da participação da mulher em campanhas de alfabetização e na luta pelo acesso ao trabalho e por uma maior igualdade nos salários auferidos, a mulher continua impossibilitada de reivindicar os seus direitos. A relação existente entre homens e mulheres é marcada por assimetrias de poder, justificada por aspectos culturais decisão ou por situações de dependência económica, e as segundas submetem-se à ordem patriarcal. Por serem comparativamente menos escolarizadas, ou por não possuírem poder económico, as mulheres encontram-se numa situação de dependência em relação ao homem, incapazes de desenvolver as suas actividades ou de se assumirem como independentes no processo de tomada de decisão. Com base em estudos realizados sobre a participação da mulher na esfera doméstica, na província de Gaza foi possível identificar o papel activo de uma organização de mulheres viúvas e o seu contributo no combate às práticas tradicionais de purificação sexual da viúva que ajudavam na propagação do HIV/SIDA. Os resultados demonstram que algumas mulheres aumentaram o seu conhecimento sobre novas técnicas de purificação através do uso de raízes o que contribuiu de forma significativa para a redução da propagação da doença, bem como garantiu que as mulheres viúvas tivessem acesso a terra, mercado e rendimento.
Alexa Rachide Agy . Observatório do Meio Rural . arachide11@gmail.com

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