CULTURA E DIGNIDADE: A MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA COMO BANDEIRA DE ATIVISMO EM TERRITÓRIO AFRICANO

A Mutilação Genital Feminina é um problema ainda presente na cultura de alguns países africanos. A prática, caracterizada pela retirada do clitóris, lábios menores e maiores da vagina de meninas a partir dos 3 anos de idade, é costume milenar com indícios religiosos e de critério paternalista. É um costume que submete, todos os anos, milhões de mulheres aos riscos e consequências de um procedimento médico descuidado e mal feito, expondo-as e obrigando-as a conviver com a eterna marca de uma imposição cultural. Para o combate dessa prática, a modelo – e vítima – somali Warie Dirie criou uma fundação, Fundação Flor do Deserto, para apoiar as mulheres que são submetidas a essa prática, e desenvolver um trabalho de conscientização para chamar atenção das autoridades para a causa que gera vítimas todos os dias. O trabalho elaborado tem o objetivo analisar o ativismo contra a prática da mutilação, fazer um estudo sobre relativismo e absolutismo cultural e as formas com as quais estes ferem os Direitos Humanos ao expor meninas e mulheres a riscos de morte e, quando não, atrofias eternas. E por último analisar e apresentar as mudanças já alcançadas pelo ativismo de pessoas e fundações como a de Waris Dirie e de outros ativistas da causa. Para alcançar os objetivos propostos, foram utilizados textos acadêmicos, reportagens e filmes pesquisados entre os meses de maio e julho de 2016. Concluiu-se, após a pesquisa, que o ativismo pela causa da mutilação genital feminina é uma arma eficaz na luta contra esta prática. A atuação de ONGs resultou na alteração da legislação de alguns países e a erradicação da prática em outros. Então, vê-se que é indispensável a atuação dos ativistas como agentes sociais de grande importância para as meninas e mulheres africanas.

Alfredo Santos Albuquerque . Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA . alfredoalbuquerque@outlook.com

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