Os Movimentos Camponeses e os projetos de Cooperação Internacional na área agrícola

P17 – Os Movimentos Camponeses e os projetos de Cooperação Internacional na área agrícola

Xaman Korai Minillo . Universidade Federal da Paraíba
Vico Melo . Faculdade Asces

Os projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento são tradicionalmente firmados entre governos e enfatizam a ideia de que os Estados “doadores” têm muito a oferecer em detrimento das concepções locais de desenvolvimento dos Estados “receptores”. Levando em consideração a importância de que as iniciativas de cooperação representem os interesses dos diferentes grupos sociais para serem efetivas, apontamos à necessidade de incluir os movimentos campesinos dos Estados participantes, desde o planejamento, negociação e desdobramento dos projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento agrícola. São esses grupos que serão diretamente afetados pela promoção de desenvolvimento rural e, por isso, centrais na contribuição para seu sucesso ou fracasso. O painel convida a enviarem artigos que tratem de casos em que houve ou não inclusão de grupos camponeses com interesses envolvidos direta e indiretamente em projetos de Cooperação Internacional na área agrícola. Podem ser abordados temas como a forma pela qual ativistas lidaram com tais posicionamentos por parte das agências governamentais e os impactos de sua atuação ou exclusão nos processos, devido ao não desenvolvimento de consultas e participação da população, falta de informação e transparência por parte das agências governamentais envolvidas.


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O presente artigo tem como objeto reflexões sobre três epidemias agrícolas, a epidemia das batatas, na Irlanda do século XXI; a epidemia da Vassoura de Bruxa, no Sul da Bahia, no último quartel do século XX e a epidemia do Listrado Castanho da Mandioca que ameaça a subsistência de 300 milhões de pessoas em África, nesse inicio de século. Na construção do texto, perseguiram-se as seguintes questões: a agricultura industrial e os impactos da Revolução Verde, a ciência moderna e os conhecimentos ancestrais; o mercado internacional de commodities agrícolas, a ciência, a técnica e a tecnologia e as epidemias agrícolas em tempos de Revolução Verde.    O ponto de partida das analises é o quilombo de Empata Viagem, localizado no Sul da Bahia, Brasil. Vivem no quilombo cerca de 250 famílias que cultivam mandioca em solos pobres e ácidos e cacau nos solos férteis dos boqueirões. As politicas públicas de apoio à agricultura familiar estão contribuindo com o avanço do pacote tecnológico da Revolução Verde e, consequentemente, com a perda das tecnologias agrícolas ancestrais, fatores que colocam em risco a segurança alimentar e nutricional.

 

Eduardo . Universidade Federal da Bahia . eaguimaraes@uneb.br

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