O ciberativismo é considerado um lócus, onde se expressa uma militância online em capilaridades locais e globais, com articulações de instituições e sujeitos sociais, fazendo uso de linguagens com a organização própria de agendas de mobilizações neste meio. O presente estudo apreendeu campanhas à doença falciforme, desenvolvidas no perfil do Rede Nacional de Jovens Mulheres Líderes da Guine Bissau postadas no facebook entre os anos 2012 a 2016. O potencial social deste perfil reside nas oportunidades de expressões produzidas, permitindo externar experiências de sofrimentos e de solidariedades, rompendo uma fronteira que, em outros momentos históricos, parecia ter nos meios tradicionais de comunicação o único canal de oferta de temas e conteúdos ao debate público. Essa nova perspectiva nos faz apreender novas modalidades de interações, consolidando as necessidades históricas do homem de buscar formas de pensar, agir e interagir entre si, com a natureza e o sobrenatural, rompendo localidades, possibilitando uma dissociação entre a comunicação e a presença física, motivando uma modalidade de comunicação mais igualitária entre os participantes do perfil. Um aspecto favorável desta nova comunicação é o fato da oportunidade de se expressar diretamente nas redes sociais e os usuários possuírem diversas posições possibilitando, a princípio, a manifestação sem canais de censuras, apontando denúncias e críticas aos tratamentos à doença falciforme na Guiné Bissau. Com relatos de participantes, busca-se eminentemente um empoderamento dos portadores da doença focalizada, estimulando a construção contextos de interactividade, a disseminação de informações sobre os contextos de tratamentos e redes de solidariedades à doença supracitada.
Estelle Gomberg . Universidade Estadual de Santa Cruz . estelio68@gmail.com
Ana Cristina de Souza Mandarino . Universidade Federal da Bahia . anamandarino@gmail.com