ATIVISMO, GÊNERO, CORPO E LUTA CONTRA O RITUAL DE MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA-MGF EM GUINÉ-BISSAU

O texto emerge da feitura do trabalho de conclusão de curso (TCC) do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades – BHU, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), situada no Estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Metodologicamente efetuou-se uma investigação interdisciplinar em humanidades sobre Mutilação Genital Feminina – MGF como uma prática que viola os direitos humanos das mulheres de Guiné-Bissau.  Analisou-se fontes escritas e orais, sobre a MGF, conhecido no crioulo da Guiné de “fanado de mindjer”, gênero, corpo e história. Especificamente, focou-se na luta dos ativistas para eliminar a prática da Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau, evidenciando-se as consequências e/ou os riscos físicos/psíquicos de saúde que a MGF pode causar à vida das mulheres, entre eles, a possibilidade de transmissão da SIDA/AIDS, e ainda, destacando-se que o governo, atendendo as reivindicações dos movimentos sociais organizados, aprovou a Lei 14/2011, tipificando a MGF como crime punível com prisão. Em Guiné-Bissau, podemos dizer que o “saber local” (GEERTZ, 1997) encontra-se “amarrado a teias de significados” (GEERTZ, 1973, p.15) de um determinado território, povo, língua, cultura, apresentando “técnicas corporais” (MAUSS, 1974) diversas ao saber/fazer ocidental, cristão e cientificista. Para tanto, mergulhou-se nas contradições internas/externas dos ritos, histórias e das práticas tradicionais dos povos que praticam a MGF. Por fim, evidenciou-se nas fontes problematizadas a necessidade de mediações educativas que possibilitem sensibilizações de luta e resistência contra essa prática que prejudica a saúde das mulheres.

 

Roberto Kennedy Gomes Franco . Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB . robertokennedy@unilab.edu.br

Elísio Júlio Fernandes

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