O vídeo-participativo na cultura jovem angolana

O acesso a meios de produzir informação audiovisual e de disseminá-la via mídias sociais tem ganhado cada vez mais espaço dentre a juventude angolana, principalmente com a possibilidade de acesso a determinados sites, mesmo sem conexão paga à internet, como o facebook, por exemplo.  Pode-se considerar que a produção audiovisual participativa e sua “vitalização” no mundo cibernético já é uma realidade da cultura jovem angolana e um instrumento importante para a conscientização e mobilização, tanto dentro quanto fora do país. Nossa proposta é trazer a experiência da ONG Omunga e de sua brigada de jornalistas, criada em 2006, no retrato da realidade local e na manifestação de seus sonhos, desgostos e construção de um país que respeita os direitos humanos. São dez anos de experiência e de atividades na criação de vídeos participativos produzidos por jovens que foram motivados e incentivados a canalizar em produção audiovisual seu anseio de ter voz, de usar sua linguagem e de retratar seus pares.  Com câmeras e de microfones, muita criatividade e coragem, esses jovens já produziram desde rap para a conscientização sobre o registro eleitoral até denúncia de desalojamentos forçados, que do vídeo “Não partam a minha casa” ganhou as ruas em manifestações. A resistência – e a insistência – também não os deixou desistir de se manifestar. Já foram censurados pela polícia na I Semana do Documentário Político, mas lançaram mão de outras estratégias de usar as ruas para exibir seus vídeos. Ganharam ainda o hábito pela escrita: nos casos em que não é possível filmar, fotografar ou fazer áudio, resumem em texto sempre com o espírito de cidadania. O poder do vídeo, a velocidade da internet ou das redes sociais são os meios alternativos para publicar o que produzem e se manifestar.

Jesse Lupfend . Omunga . jesselufendo1@gmail.com
Mirella Domenich . Minibus Media . mirella@minibusmedia.org

This entry was posted in Paper and tagged . Bookmark the permalink.